21 de nov. de 2008

O contrário não é ridículo...

Recebi esse textículo (pequeno texto) através do grupo de discussão do curso de música. Sim, pra quem não sabe eu sou aluno do curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Ceará. Minha matrícula está trancada como cofre de mágico, mas isso é outra história.

Bom, o texto: achei bacana porque ele mostra como não damos o devido valor aos verdadeiros artistas e músicos, só valendo nos dias de hoje aquelas profissões que dão alto retorno financeiro.

E como esse blog tem tudo a ver com música e bar, vou oferecer o texto a todos os meus amigos músicos e boêmios que já compartilharam comigo uma mesa, uma cerveja, um violão.

Andreh, Vinicius, Vantieh, Bolão, Romulo, Helinho (exceto cerveja), Robinho, Pádua, Saulo, Julio, Jardelino, Gilmar, Gilson, Renan e tantos outros!!!

"Imaginem: "Festa social, todo mundo com copo de whisky na mão. Dois sujeitos conversam:
- Olá, tudo bem?
- Sim, e vc, como vai?
- Vou bem. Me disseram que vc é músico?
- Sim.
- Nossa, e que instrumento vc toca?
- Toco ZABUMBA.
- E toca em quais orquestras?
- Na OSESP e na OSUSP.
- Que beleza, hein? Deve ser cansativo, não?
- É o trabalho, né?
- Realmente, admiro vcs músicos, grande profissão essa. Até queria que meu filho fizesse música, mas o garoto não tem jeito, insiste que quer ser médico ou advogado.
- Ah, hoje em dia é assim, a garotada não tem jeito. Mas, e vc, o que faz da vida?
- Eu sou médico.
- Jura? Mas como assim?
- Trabalho no Hospital das Clínicas.
- Clínicas..., não conheço. E faz o que lá?
- Sou cardiologista.
- Mas vc tem um emprego não tem?
- Então, trabalho no hospital.-
Nas horas vagas?
- Não. Esse é o meu emprego.
- Mas ganha pra isso?
- Ganho sim, dá pra viver.
- E vc não estudou? Não quis saber de faculdade?
- Estudei, fiz faculdade de medicina.
- Ah, é? Não sabia que tinha. Que interessante. Sabe, eu fui médico amador quando era jovem, uma vez fiz até uma operação num rapaz que tinha sido atropelado. Usei uma flanela de carro pra estancar o sangue e uma faca pra abrir a barriga do rapaz e parar a hemorragia. Eu até gostava, mas não levava muito jeito pra coisa. E ai minha mãe até disse: "Larga disso, garoto, vai estudar música".
- É..., queria ter tido uma mãe assim."

"O engraçado é que o contrário não é ridículo..."

Um comentário:

Andreh Jonathas disse...

É verdade. Quando se é músico ou trabalhar com arte em geral, é comum escutar a pergunta se não tem um trabalho. Como assim? No Ceará é bastante complicado ser músico, principalmente se a intenção é fazer algo próprio, autoral, diferente, seu. Conheço bandas que conseguem fazer isso, mas têm o amparo financeiro da família. Quem não tem, está por aí tocando de tudo um pouco pra tentar sobreviver. Triste, falar isso. E aí, cada vez mais, cresce o número de músicos que servem apenas para animar mesa de bar com os amigos, o que não é demérito, mas desvaloriza uma profissão fantástica e que poderia está formando gerações e gerações de novos artistas cearenses para o país. Seria preciso algumas páginas virtuais pra discutir o assunto. Fica aqui a manifestação de quem conhece um pouco de cada meio musical cearense.